Abril indígena é tempo de reflexão sobre o papel das culturas originárias na nossa sociedade. Mas, culturas originárias e ancestrais não significam passado. As nações que resistem há mais de quinhentos anos de colonização e ocupação desregrada dos territórios brasileiros continuam ativas integrantes da sociedade, presentes nas universidades, nos movimentos populares e na produção cultural. Aqui selecionamos algumas mulheres indígenas das artes contemporâneas, que usam seu saber ancestral no que produzem como artistas visuais.
Espero que esse seja um incentivo para que exaltemos a cultura indígena produzida pelos próprios representantes desses povos e não apenas “artistas inspirados na cultura indígena”, como se fosse uma homenagem ao que não existe mais. Longa vida aos nossos povos originários, sua luta é a nossa!
Daiara Tukano
https://www.facebook.com/daiaratukano/
https://www.instagram.com/daiaratukano/
Indigena do povo Tukano, é formada pela Universidade de Brasília, mestranda em Direitos Humanos. Educadora, militante indígena, feminista, e artista. Grande ativista dos povos indígenas, é correspondente da Rádio Yandê.



Arissana Pataxó
http://arissanapataxo.blogspot.com/
Da etnia Pataxó, é graduada em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes – UFBA e mestre em Estudos Étnicos e Africanos-UFBA. Seu trabalho em artes plástica usa de diversas técnicas para retratar a temática indígena no mundo contemporâneo. Ela foi a segunda colocada do prêmio PIPA On-line 2016.



Carmézia Emiliano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carmézia_Emiliano
Indígena da etnia Macuxi, é uma importante artista plástica contemporânea, como seu trabalho de Arte Naïf. Seu trabalho retrata o cotidiano indígena em Roraima e, com ele, participou de quatro edições da Bienal Naïfs do Brasil.



Suely Maxakali
https://www.facebook.com/sueli.maxakali
É liderança Tikumũ’ũn (Maxakali) e presidente da Associação Maxakali de Aldeia Verde, MG. Fotógrafa, participou, entre outros projetos, do livro Koxuk Xop Imagem (Beco do Azougue Editorial, 2009), com fotografias das mulheres maxakali sobre os rituais e o cotidiano da Aldeia Verde e de Cantobrilho tikumu’un: no limite do país fértil (2010), projeto de exposição e livro em torno da estética tikumũ’ũn. Faz fotografia still e assistência de direção nos filmes de Isael Maxakali. Também é professora do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG.

Fotografia still e assistência de direção no filme:
Duhigó Tukano
https://www.facebook.com/duhigotukano/
Duhigó é artista visual amazonense da etnia Tukano da região do Alto Rio Negro, comunidade Paricachoeira. “Eu pinto o que não existe mais, e isto é muito importante para o meu povo. As máscaras de ritual, os potes que minha avó usava na aldeia e que os Tukano não fazem mais. Também pinto as lembranças da minha infância na aldeia. Elas só existem na minha memória, no meu imaginário. Pinto para não deixar a minha cultura morrer” (extraído de sua página no instituto Dirso Costa)



Kawena
https://www.institutodirsoncosta.com.br/artistas/kawena/
Kawena é filha de pai e mãe kokama. Formou-se em Marchetaria de Quadros na Escola de Artes do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura Amazônicas e é a primeira mulher Kokama artista plástica de marchetaria da Amazônia, trabalho que foi exposto em diversas exposições coletivas.



Naine Terena
Naine Terena de Jesus é Indígena Terena, do Brasil. É Doutora em Educação pela PUC/SP, mestre em Arte Contemporânea pela UNB/DF e graduada em Comunicação Social – habilitação em radialismo pela UFMT. Dá vida a sua da Oráculo Comunicação, educação e cultura, onde é empreendedora sociocultural. A Oráculo e a arte militante de Naine Terena, fomentam a formação de pequenas redes de trabalho, envolvendo outras pessoas com sororidade e empatia pela resistência através da memória. https://oraculocomunica.wordpress.com/



Yxa Py
Yxa Py é o nome guarani de Patrícia Ferreira, da etnia Guarani Mbya. Ela é cineasta, diretora de Desterro Guarani (2011), Tava, a casa de pedra (2012), Bicicletas de Nhanderú (2011). Seu mais recente filme, Teko Haxy – ser imperfeita (2018), dirigido ao lado de Sophia Pinheiro, é um encontro íntimo entre duas mulheres que se filmam. https://www.facebook.com/pg/tekohaxy
Teko Haxy – Trecho 3 Conversa from Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema on Vimeo.
Mirna Kambeba Omágua – Yetê Anaquiri
https://www.facebook.com/mirna.anaquiri
Artista performer e estudante de artes plásticas, é a primeira estudante indígena a defender o mestrado na Universidade Federal de Goiás (UFG). Com o estudo autobiográfico “Que memórias me atravessam?”, em que discutiu o esvaziamento da cultura indígena no espaço escolar e trabalhou a desconstrução dos estereótipos da imagem dos povos originários, especialmente da mulher indígena, no ensino fundamental. Sua família conseguiu, após dez anos lutando na justiça, colocar o sobrenome indígena em seus documentos.
Graci Guarani
https://www.facebook.com/graci.guarani
Da nação Guarani, é comunicadora, cineasta, fotografa, designer e oficineira de audiovisual. E diretora de diversos curtas, entre eles: Terra Nua (2014), Mãos de Barros (2016), Mba’eicha Nhande Rekova’erã (2018). Sua produtora está com projeto para financiamento coletivo para compra de equipamentos, para ajudar clique em https://www.kickante.com.br/campanhas/equipamentos-audiovisual-p-cineastas-indigenas
Tempo circular (2018), direção de Graci Guarani
(publicado originalmente no site MinasNerds)