Tudo quanto penso

por Fernando Pessoa* Tudo quanto penso, Tudo quanto sou É um deserto imenso Onde nem eu estou. Extensão parada Sem nada a estar ali, Areia peneirada Vou dar-lhe a ferroada Da vida que vivi. . *Fernando António Nogueira Pessoa (1888 –  1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português.

Deve-se ensinar ‘Coisas de Mulher’ aos Meninos?

por Nadiéjda Krúpskaia* No relatório da Comissão para a Educação Popular de São Petersburgo no ano de 1908, um dos especialistas, ao emitir um parecer sobre o ensino de bordado, diz: Acerca dos bordados, devo atestar com a mais profunda alegria que em quase todas as escolas mistas eles eram apreciados não apenas por meninas, … Continue lendo Deve-se ensinar ‘Coisas de Mulher’ aos Meninos?

Sobre corpos que reproduzem

por Roberta AR “Não será a família do passado, mesquinha e estreita, com brigas entre os pais, com seus interesses exclusivistas para os filhos que moldará o homem da sociedade de amanhã”. Alexandra Kollontai, O Comunismo e a Família A gravidez, no Brasil, é um imperativo para a maioria das mulheres, pois temos aborto legalizado … Continue lendo Sobre corpos que reproduzem

Ode à Revolução

por Vladimir Maiakóvski* A ti,a quem silvaramzombeteiras baterias;a ti,lacerada por ferro maldizente,dedico entusiasmado,entre saraivadas de impropérios,odes solenes."Oh!"Oh, feroz!Oh, infantil!Oh, avara!Oh, colossal!Que outros nomes te deram?Que rosto mostrarás?Serás esbelta obraou escombros frios e mortos?Ao maquinistacoberto pelo pó do carvãoe ao mineiro que morde os veiostributas o incensocom unção,louvando o trabalho dos homens.E amanhã,em vão São Basílio … Continue lendo Ode à Revolução

Me sentir sobrevivente

por Roberta AR Hoje, eu peguei todas as máscaras pff que eu deixei arejando para reusar e joguei no lixo. Já fazia alguns meses que elas não saíam de casa, trocadas pelas descartáveis, mais leves, mais práticas. Mas ficavam guardadas para caso… Demorou uma semana, quase, para cair a ficha de que a pandemia oficialmente … Continue lendo Me sentir sobrevivente

Uma vida em fuga

por Roberta AR Decidi fugir. Achei mais fácil do que ficar encarando coisas que não vão mudar mesmo. E a fuga acabou virando um estilo de vida, minha marca registrada. No começo, só fugia daquilo que era grande e medonho, hoje, qualquer coisa que doa é motivo. Quando eu era nova e resistente, aguentava ouvir … Continue lendo Uma vida em fuga

A alegria do povo

por Carlos Marighella* Uma grande jogadapela ponta direita,o balão de courocomo que preso no pé.Um drible impossível…Garrincha sai por um lado,e o adversário se estatela no chão.Gargalhada geral,o Maracanã estremece…Lá vai o ponta seguindo,os holofotes varrendo de luz o gramado,o balão branco rolando,seguro nos pés do endiabrado atacante. Voa Garrincha,invade a área contrária,indo até à … Continue lendo A alegria do povo

Infância pasteurizada e homogeneizada também no audiovisual

por Roberta AR Por que não incluímos a infância imediatamente ao falar sobre grupos não-hegemônicos em nossas críticas a modelos coloniais culturais que perpassam toda a sociedade? As crianças são as primeiras vítimas em qualquer crise, são alvo de toda e qualquer política de controle social, com projetos de escolas militarizadas, de fim da educação … Continue lendo Infância pasteurizada e homogeneizada também no audiovisual

“Mãezinha, vai furar o olho!”

por Roberta AR* Sim, este é mais um texto sobre como as mães são tratadas como incapazes e com condescendência Ontem, fui passear com meu filho pelas quadras perto de casa. Moro em Brasília, é tudo muito arborizado nos arredores e ele adora ficar mexendo em tudo o que vê, bichinhos no chão, flores, dentes … Continue lendo “Mãezinha, vai furar o olho!”

Desconstruindo Una: a sociedade não ouve as mulheres

por Roberta AR Minha leitura de fim de ano foi Desconstruindo Una, uma novela gráfica densa sobre mulheres que sofrem violência e como sua voz ecoa no vazio. O fio condutor do livro são os crimes de um assassino em série que matava mulheres em West Yorkshire, Inglaterra, entre 1975 e 1981. Una narra os … Continue lendo Desconstruindo Una: a sociedade não ouve as mulheres

Para educar crianças feministas: leia as sugestões de Chimamanda

por Roberta AR Um manifesto curtinho, com quinze itens fundamentais para educar uma criança sem as convenções culturais que fazem mulheres e homens serem tratados com diferença, um auxílio organizado para quem quer ajudar a cria a não reproduzir o machismo durante a vida e ser capaz de questionar valores tradicionais. Essa foi a intenção … Continue lendo Para educar crianças feministas: leia as sugestões de Chimamanda

Nega Lilu e a nova literatura do Goiás

por Roberta AR Republicamos esta entrevista, que é de 2017, mas traz ainda pontos importantes sobre a produção cultural e literária fora dos principais centros brasileiros. Desde que este texto foi publicado, surgiu a Feira E-cêntrica entre outras muitas iniciativas que tem a Nega Lilu como epicentro. A produção literária de Goiás tem Cora Coralina, … Continue lendo Nega Lilu e a nova literatura do Goiás