Fétido

por Felipe Marinho*

Sinopse:

Significado: Fétido vem de feto e de fezes.

Mas não é apenas isso, Fétido é um ser bizarro que vive pelos esgotos, se alimentando de lixo e secreção… Fétido é um ser andrógino que tem coração e sentimento. Esse “vídeo-trash-documentário-experimental” é uma rara oportunidade de vivenciar a “arte” escatológica.

Direção de Felipe Marinho.

Edição de Roberta AR.

A Java com carinho… (1ª parte)

É com muito prazer e satisfação que após cinco anos de esquecimento e descaso, fica pronta a terceira e última parte da trilogia artística experimental “Fétido” com o performaceman Java.Java.

O Vídeo “Fétido” faz parte de uma trilogia de trabalhos performáticos do Paraibano Java Ricarte (ora radicado na Espanha).

No inicio a idéia era chocar o público com performances que enfatizasse cenas grotescas e escatológicas, utilizando-se de recursos orgânicos – carne vermelha, sangue, excreções, vômitos com uma dosagem forte de música – Janis Joplin, Marilyn Manson, Prodigy.

O primeiro experimento é uma seqüência de fotos de Java nos salões do NAC (Núcleo de Artes Contemporâneo da Paraíba) atuando como “Fétido”. As fotos foram expostas junto com outros trabalhos do artista; porém a exposição causou frisson entre os “intelectuais das artes locais”, que colocaram em “xeque” a teorização e contextualização daquele trabalho.

A segunda parte foram apresentações ao vivo do artista; entre elas a primeira no Departamento de Artes da UFPB, e dias seguintes no Antigo Bar Sanatório: [hehehe (irônico) “Quem não lembra de Java espalhando tripas de galinha pela pista de dança do Sanatório, melando e sujando muita gente cocó da cidade”].

“Fétido” em vídeo finaliza essa seqüência de trabalhos idealizada por Java. Este vídeo é o ultimo fragmento performático da fase “grotesca orgânica” do artista. Porém, seguindo sua tendência artística, Java e mais um grupo de amigos “loucos”, inicia um novo experimento como vocalista da lendária A Mãe de Quem?

Mas tudo na vida é válido e com a finalização desse vídeo, fica documentado um trabalho inovador e polemico desse profissional que teve coragem de mostrar uma outra vertente de arte, cultura e dança (seja lá o que isso significa), atrevendo-se a quebrar tabus e conceitos presentes numa cidade bairrista e conservadora como João Pessoa.

Para alguns, será difícil entender ou elogiar tal atuação, para outros será uma experiência de estética grotesca ou trash; porém foi com esse tipo de expressão artística que Java conseguiu mostrar e impor seu valor como artista e como pessoa.

E eu… Na época um Clubber, estudante de comunicação, adorador do estilo grotesco de ser, não poderia esta fora dessa…

A todos uma ótima vivência…
E até breve!!!

*Felipe Marinho é paraibano, radicado em Brasília. Especializado em coisas grotescas.