por Antonio Souza*
Ao meio dia, de onde estou,
vejo a sombra da
arvore. O vento
Balança as folhas da sombra
(a do vento também será escura?)
A sombra das coisas são mais maleáveis
Do que as coisas. O que parece
um títere de repente perde
sua nitidez . A sombra
busca a sombra criando
outra forma.
Minha treva procura a tua
não estás presente
esperará a noite
e a amalgama
que os corpos não podem realizar
Por enquanto
Que o vento claro do meio dia
Balance as folhas e
Ressoe na paisagem
.
Onde O Nosso Oriente
Papoulas e flores de lótus
De pétalas carnudas , flores
Nomes e inomináveis sem .
Onde o Opio -o Samadi ,
o nirvana
O esquecimento ?
Em nenhuma parte
das geografias conhecidas .
Onde o imenso , o sagrado
o selvagem ,
o desgrenhado
Através dos mares ,
HÁ muitas luas
Praias Desertas NAS ,
Pelo Caminho do Sol , a Senda
de tijolos dourados ?
Onde o Oriente – perversão
Espaço do tempo ?
Onde Uma Multidão de Mulheres
de bronze, Cabeças de Águias ?
Em Istambul de ruas
Uma cheirar cravos , perfumes, e esgoto
Onde o Nosso Último Oriente ?
.
Uma bela cena de leveza: a câmera
Flutua sobre Havana revolucionaria,
Entra nos prédios,
Perpassa as janelas
Havana em festa.
Os canaviais incendiados por uma
Luz branca sofrem sua epifania
.
O seco mordente, caatinga
engolidor de pianos
meu avozinho
saudoso de um Recife
inexistente e mágico.
A maçã e o cacto
alegoria e metáfora.
Mesmo quando cruel, suave.
meu menino triste e tísico
atrás da vidraça
a olhar platônico
e guloso
o céu de balões
.
*Antonio Souza é poeta e, sobre si, diz: “nasci em Pernambuco, há algum tempo, a não ser por alguns poemas que tenho a pachorra de fazer, sou a pessoa mais sem graça do mundo e não gosto de falar disso”.
Modéstia, como se vê em seu perfil, não é seu forte. Mas além do descrito é um ótimo escritor e muito bom amigo!!! Saudades Cara.