por André Rafaini Lopes
Zumbis. Disso eu tenho medo. Alien e Predador? Improvável. Jason e Krueger? Vendidos. Vampiros? Alho e cruz. Lobisomen? Noites sem lua. Mas eu pergunto: quem segura uma horda de mortos-vivos?
A selvageria incontida é o que me assusta. A massa.
E ontem fiz uma descoberta. Zumbis podem correr.
Deixo aqui um alerta ao leitor do Facada. Caso um amigo comece a empalidecer. Caso as veias se destaquem, marcadas por um sangue já coagulado. Caso comece a babar sangue e a olhar pra você de modo estranho. Corra. Melhor: se tranque num aposento e comece a rezar para que algum aventureiro de plantão tenha menos piedade do rosto amigável e estoure os miolos do zumbi – essa é a única forma de contê-lo.
Não se esqueça de fazer promessas para que isso aconteça antes de redivivo morder alguém, alastrando a maldição. Sim, porque basta uma ferida para a infecção passar adiante.
Não sei como consegui dormir depois de A madrugada dos mortos (Dawn of the dead, 2004). Ao apagar a luz do meu quarto, daria um salto se alguém por maldade agarrasse meu pé no escuro. Se inventasse de me morder, então…
Dificilmente me impressiono com filmes de terror. Tirei de letra O Exorcista e O Iluminado. Mas desde que li uma edição de Dylan Dog, estrelada por mortos-vivos, descobri o meu ponto fraco!
Pela manhã, filosofei sobre a epidemia. Não há nada mais anti-capitalista do que se tornar um zumbi. Na fome por carne humana viva, todos são iguais. Curiosamente, os poucos sobreviventes do filme, encontram refúgio em um shopping. Os mortos-vivos se avolumavam na frente das portas cerradas, ocasionalmente dando um jeito de invadir, ora por meio de brechas, ora infectando alguém que já estava lá dentro. Pensando bem… o zumbi seria metáfora para igualdade ou para pobreza?
A linha de raciocínio tira a graça do filme. Esqueçam o parágrafo anterior.
Quando é hype refilmar terror japonês, a indústria cinematográfica redescobre George Romero – ao que me parece, um dos criadores do terror-zumbi. Eu não o conhecia. Esse ano, ainda, sai Land of the dead (saiu em 24/06, nos EUA). Saiam já à procura dele, antes que seus monstros o peguem desprevenido. Imperdível.
(Vale também uma nota sobre os efeitos especiais. Técnicas de maquiagem, computação gráfica… sei lá… só sei que é impossível ficar impassível diante de Madrugada dos Mortos).
UAAARRGH!