Foram três dias no Rio e mais uma vez um texto em pedaços.
Desta vez a motivação é a música e falo do que vi (ou não) e ouvi.
A sexta-feira
Eu não estava lá, mas meus amigos estavam e disseram que o show do Daft Punk, que abriu o Tim Festival no palco pop, foi exatamente o que esperavam: muitíssimo bom.
O show era o único do palco, que teve três nos outros dois dias, e todo mundo esperava uma daquelas apresentações intermináveis, já que os meninos tocam música eletrônica. Mas foi um tanto menor que isso, apenas uma hora e vinte minutos de motivação eletrônica.
Muita gente tomou ácido para ter uma experiência lisérgica daquelas e na hora que bateu, a luz acendeu e bye bye. Isso eu já não sei se é verdade, como eu já disse, eu não estava lá.
Uh, Yeah!
Depois de uma tarde fuçando vinis na Baratos da Ribeiro, uma caminhadinha em Copacabana e comer num árabe ótimo no Largo do Machado, foi o momento mais esperado do festival. Pra mim, claro.
O show do Mombojó, que eu não vi, em seguida a primeira apresentação da Patty Smith na América do Sul. Um show cheio de hits, músicas que eu conhecia e não sabia de quem era.
Ela sabe fazer um show e o fez para os fãs, que deliraram ao meu lado. Pena que eu não sou um deles.
Na seqüência o que realmente me levou ao Rio: Yeah Yeah Yeahs e todos os yeahs que ainda faltarem para essa banda incrível. Um show daqueles que entra para história. O que eu vi numa revista definido como garage pós-punk se apresentou na pele de Karen O, uma vocalista que associa todos os principais elementos do rock. Uma performance viceral e um modelito incrível, que lembrou a melhor fase de David Bowie , num Ziggy do século XXI todo colorido.
Uma versão de Kiss totalmente inesperada, a romântica Maps e todas aquelas outras músicas que me fizeram dançar até não sentir mais as pernas. O fim…
Na verdade teve bis, quando eles tocaram Date With The Night, e para deixar claro que o show acabou Karen O jogou o microfone na platéia. Daí sim foi o fim.
Bestial
Trocadilhos bobos para tentar expressar o que foi cada um desses dias. Domingo, eleição, Ipanema, Santa Teresa, discurso vitorioso do Lula e Marina da Glória. Desta vez com uma missão: conseguir três ingressos para os Beastie Boys com apenas 220 reais, todo o dinheiro que tínhamos. Só para lembrar, os ingressos para este show esgotaram semanas antes e agora só nos restava negociar com cambistas. Nossa primeira vez.
O Biu (nosso colaborador de diversos talentos) conseguiu tamanha façanha que todos os outros cambistas ficaram irados. Nada como ter lábia. Em pouco minutos eu, Biu e Maurício, nosso compañero de maratona, estávamos com nossas pulseirinhas no braço.
Chegamos na apresentação do DJ Shadow, que não conseguimos assistir até o final, definitivamente não sou fã de rap gringo. Mas Beastie Boys… Bem, foi outra história.
Todos os clássicos foram apresentados e, nos intervalos, as clássicas piadas do grupo com a platéia. Um humor bastante judeu, no estilo Woody Allen. Quando percebiam que boa parte da platéia não estava entendendo nada, falavam “Rio” algumas vezes, aleatoriamente, e “I love you” e o povo reagia como esperado, gritando yeah. Se tivessem ensinado o “the book is on the table” ele teriam dito também.
Daí dancei ao som de Body Movin’ e tantas outras. Pausa. O bis começou com Intergalactic e terminou com Sabotage. Um show para fãs.
Ao sair do show foi o momento de encontrar com a caravana de Brasília. Descobri que o amigo de alguém pagou 200 reais por um ingresso apenas e estava se achando no lucro. Dei uma caminhadinha e ainda consegui ouvir um lerelelererê do Caetano Veloso num palco ao lado. Daí acabou.
Quem quiser ver um pouco do que rolou por lá, é só pesquisar no YouTube “Tim Festival Rio”. Tá quase tudo lá.