por Juliana Bolzan*
Os físicos esperam que o Large Hadron Collider (LHC) – acelerador de partículas com perímetro de 27 quilômetros construído entre a França e a Suíça – seja um marco na Física. Dentro das experiências mais importantes, o LHC vai procurar o chamado “bóson de Higgs”, uma partícula que nunca foi detectada porque os aceleradores anteriores não atingiam uma energia suficiente para criá-la, mas está prevista na teoria. A existência dela implica o aparecimento da massa para todas as outras e isso seria um trunfo para a Física Quântica porque explicaria de onde vem a massa das partículas. A teoria do “bóson de Higgs” é muito bonita e vai ser um banho de água fria se essa partícula não existir. Alguns físicos até torcem para que a teoria esteja errada e não se encontre o Higgs, porque daí seria mais um desafio para nós.
Outro dos problemas não resolvidos da Física Moderna é a quantização da gravitação. Na natureza existem quatro forças: gravidade, eletromagnética, força fraca (responsável pelo decaimento radioativo) e força forte. Não te ensinaram que o núcleo do átomo é minúsculo, mas cheio de prótons? Se você pensar, os prótons têm todos cargas positivas e também aprendeu que cargas iguais se repelem: como eles ficam juntinhos então? É a força forte, que o próprio nome já diz: comparativamente, é a mais forte das quatro forças e compensa a repulsão eletromagnética. Dessas quatro forças, três foram quantizadas… ou seja, descritas por meio das regras da Física Quântica. Só falta a gravidade, mas esse é o pepino! Ninguém conseguiu fazer isso e as teorias existentes hoje precisam de coisas muito estranhas para conseguir quantizar a gravidade. As com mais adeptos prevêem dimensões extras do espaço (mais do que as três com que estamos acostumados) e a chamada “supersimetria”: cada partícula tem sua correspondente supersimétrica… isso é mais difícil de explicar, mas as dimensões extras e a supersimetria são outras coisas que o LHC vai procurar.
Só com esses exemplos vê-se a importância desse novo acelerador. Já faz tempo que os físicos estão ansiosos esperando o funcionamento dele. Ano passado participei de vários seminários do tipo “o que esperar do LHC”, e vou num congresso no final de setembro, onde o assunto será extensamente discutido. O LHC pode confirmar várias teorias hoje existentes ou colocar um nó na cabeça dos físicos, nos dizendo que o caminho que estamos seguindo não é aquele no qual a natureza funciona. Caso o LHC não encontre o Higgs nem dimensões extras, etc, não seria o caso de jogar as teorias todas fora, mas tentar moldá-las e consertá-las e esperar um novo acelerador mais potente pra checar as novas coisas que elas vão prever. É claro, portanto, que as teorias concorrentes e menosprezadas podem ganhar força.
Na segunda semana de setembro, transmitiram os primeiros calibres do LHC lá no auditório do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT-UNESP) porque muitos pesquisadores de lá trabalham diretamente com o CERN, organização européia de pesquisas nucleares responsável pelo LHC.
Só nessas horas as pessoas descobrem que os físicos existem.
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Juliana Bolzan é exímia baterista, nas horas vagas conclui um doutorado em Física no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT-UNESP) e acha a teoria do “bóson de Higgs” linda.
Oi Juliana.
Tenho uma filha que se cham,a Juliana Bolzan. Moro em Dourados-MS. Acho que somos parentes. Sou neta de Jorge Bolzan, que residia em Candido Mota-Sp. Veio da Italia ainda criança com seu seu pai, Vitório Bolzan. BJ. Doni Bolzan
O que esta procura pelos “bóson de Higgs” irá influir diretamente em nossa vida humana e gravitacional? Sei lógico que nossa virtualidade e uso de coisas eletrônicas 30 vezes menores que o ENIAC correspondem a muita física e polichinelos, mas e para a vida espirutual do pobre camponês das lixeiras das cidades? O que sobra para ele? Sou um gostador da ciência quântica, mas saber que o homem destrói de forma macro o mundo in NATURA e não resolve nada emquanto vive a correr atrás de respostas micro me deixa nanocomplexado…
Mas com certeza a resposta aos “bóson de Higgs”está nos capítulos anterios de nossa vida moderna.