por Evandro Vieira*
Entre os dias 7 e 14 de setembro aconteceu a 4° edição do Festival Jambolada, em Uberlândia, e eu estava lá. Recebi o convite para participar do evento pelo Alessandro Carvalho, um dos donos do Festival. Ele leu o meu livro “Esfolando Ouvidos” e me convocou para um debate sobre Interface entre Música e Literatura Contemporânea.
Eu e minha namorada Karla chegamos na simpática cidade mineira antes das 6 horas da manhã do dia 12. A produção mandou uma van para nos pegar na rodoviária e nos levar até o hotel onde a maioria dos artistas e da impressa ficou hospedada. Após um breve descanso, fomos levados para almoçar. Na van já começamos a fazer amizades com o pessoal das bandas e da produção.
Ao voltarmos pro hotel, encontramos a Simone e o Moab de Brasília. Eles já são profissionais dos festivais independentes e estavam lá para divulgar o Tupanzine, o mais antigo fanzine em atividade no Brasil. No calorão das 4 horas da tarde fomos para o SESC, onde estavam sendo realizadas as palestras, workshops e debates. Um pouco antes do começo, conheci meus companheiros de debate: Danislau do “Porcas Borboletas”, o Pimentel do “Vandaluz” e o Lirinha do “Cordel do Fogo Encantado”. Todos os assentos da sala foram ocupados e uma dúzia de pessoas assistiu de pé os quatro doidos falarem de suas experiências de música e literatura por uma hora e meia. Foi bem estranho e engraçado.
Depois da missão cumprida, eu só queria cama e ar condicionado. De noite, fomos para o Acrópole, a casa de show onde o Jambolada estava acontecendo. Viemos na van com o pessoal do Sick Sick Sinners e seu discreto baixo acústico. Pra mim, esta banda de psychobilly curitibana foi a melhor atração da noite. Wander Wildner, Macaco Bong e Cordel do Fogo Encantado também agradaram as mais de quatro mil pessoas que compareceram. O lance é que nesses festivais eu acabo nem prestando muita atenção nos shows, o que eu gosto mesmo de ouvir são as fofocas. Deixei meus livros com a Eline e o Maurício no estande da Monstro e fui tostar bagulhos de várias procedências até as 4 da manhã. Simone e sua prima Fernanda tiveram trabalho para domar o Moab, que ficou locaço de birita.
No sábado, foi aquela coisa difícil de acordar pra tomar café, dormir, acordar pra almoçar, deitar, levantar pra jantar e ir pro show. O Galinha Preta já estava tocando quando chegamos. Hells, Boró, Japonês, Frango e o estreante Bruno agradaram geral. Depois foi o Krow, banda de death trash metal do amigo Sapão. O lema do festival era misturar sons e no meio da zoada tocou até Malu Magalhães, com direito a muitas menininhas vestidas igual a ela na platéia. Trombei com o Boca, batera do RDP, sempre na função de camelô vendendo CDs.
Visivelmente mais cheio, esta noite do Jambolada deve ter passado dos cinco mil pagantes. No backstage, a fofoca e a maconha estavam fortíssimos. O Ratos de Porão fechou a noite em show memorável, o som estava ótimo e o público insano agitou o tempo todo. Deu até uma tristeza quando o show acabou, é que pra mim e pra Karla, o Jambolada estava chegando ao fim.
Ao meio-dia de domingo fizemos o check out do hotel, nos despedimos dos novos e velhos amigos e pegamos o rumo de casa. Ficou a lembrança de um festival muito divertido e muito bem organizado. Jambolada 2009, eu vou!
Mesa sobre Interface entre Música e Literatura Contemporânea, no Jambolada 2008
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* Evandro Vieira é escritor e músico, autor de Esfolando os Ouvidos (sobre o rock em Brasília) e de Grosseria Refinada (contos) e vocalista da banda Quebraqueixo.
fumando maconha, coisa feia, evandro…
Pois é né Biu, ainda bem que vc não gosta dessas coisas!