por Juh Oliveira*
As práticas esportivas com aspectos competitivos, se bem orientados, podem auxiliar na formação de comportamentos e valores importantes. Responsabilidade, amizade, comprometimento, cooperação, disciplina, companheirismo são alguns exemplos.
Competir nos esportes é aprender sobre os desafios da vida. Com as experiências de vitória e derrota, persistência e dedicação disciplinadas, que também serão úteis nos estudos e relações interpessoais.
Os adultos envolvidos nesse processo, familiares, professores e/ou equipe de treinamento, devem contribuir para a manutenção de um ambiente saudável de competição. Práticas coletivas e individuais, constante acompanhamento da saúde emocional, assim como acontece com a manutenção da saúde física dos competidores, e a não transferência de frustrações do passado e expectativas às crianças e adolescentes precisam ser fatores imprescindíveis para que, nas ocasiões de competição de performance, como as olimpíadas, eles possam lidar com as circunstâncias que estas atividades demandam lidar.
Existem componentes perversos em competir, ainda mais nos aspectos sociais-culturais dos indivíduos em desenvolvimento. Luta, rivalidade, classificações como “melhor” e “pior” ou “vencedor” e “perdedor”, valores exacerbados de concorrência e individualismo em detrimento dos valores de igualdade e solidariedade, que deveriam ser alguns dos principais pressupostos de atividades esportivas.
Desta forma, os profissionais envolvidos nessas competições dos espaços educacionais e de treinamento esportivo precisam compreender os aspectos positivos e negativos da competitividade para crianças e adolescentes para promover ambientes motivadores, colaborativos e que não sejam hostis e agressivos aos que dele participam, treinam e competem.
A competição não deve acontecer antes de preparo adequado: físico, técnico-prático e principalmente psicológico. A vitória e a derrota afetam os lados sociais e afetivo. A evolução técnica do competidor deve ser mais importante do que a comparação com outros participantes de um campeonato para crianças e adolescentes. Adaptando o dito popular, o caminho é tão importante quanto a chegada (e sua colocação no pódio). Que as crianças e adolescentes sintam-se felizes pela prática do esporte e na construção do seu desenvolvimento, e não apenas no resultado vitorioso em um evento competitivo.
Fontes consultadas e de referência para a escrita deste artigo:
https://www.scielo.br/j/jpe/a/sxfTwdNKWkWDQBZRp3G3V3G/?lang=pt
https://www.efdeportes.com/efd196/uma-visao-critica-da-formacao-de- atletas.htm
https://www.efdeportes.com/efd197/iniciacao-esportiva-a-competicao-como- fator-negativo.htm
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*Juliana de Oliveira (@ilujauosue) é formada em História pela UNISA e em Ciências Sociais pela UNIMES, e cursos de extensão em Ciências Humanas pelo IICS e de Quadrinhos em Sala de Aula pela Fundação Demócrito Rocha. Atua como professora há 10 anos, trabalhando na rede municipal de São Paulo. É produtora de conteúdo de cultura pop, geek e nerd para sites do nicho e também apresenta o programa Live Pop Geeks na Rádio Geek às terças-feiras 20h.