por Auta de Souza* Não sei que paz imensaEnvolve a Natureza,N’ess’hora de tristeza,De dor e de pesar.Minh’alma, rindo, pensaQue a sombra é um grande véuQue a Virgem traz do CéuNum raio de luar. Eu junto as mãos, serena,A murmurar contrita,A saudação benditaDo Anjo do Senhor;Enquanto a lua plenaNo azul, formosa e casta,Um longo manto arrastaDe … Continue lendo Ao cair da noite
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Consolo Supremo
por Auta de Souza* Os tristes dizem que a vidaÉ feita de dissaboresE a alma verga abatidaAo peso das grandes dores. Não acredito que sejaAssim como dizem, não…Ai daquele que desejaViver sem uma ilusão! Se há noites frias, escuras,Também há noites formosas;Há risos nas amarguras;Entre espinhos nascem rosas. E rosas também cobriramO lenho santo da … Continue lendo Consolo Supremo
O Facada e suas publicações de domínio público
por Roberta AR O Facada X foi criado para ser um espaço de livre difusão, quando a internet se tornou um lugar de trocas de fácil acesso. Um dos ideais é o do conteúdo de qualidade sem custo, por isso é um zine eletrônico com licença Creative Commons. Em certo momento, decidimos começar a publicar … Continue lendo O Facada e suas publicações de domínio público
Ano Bom
por Auta de Souza* Hoje começa o ano. Na alegria De nívea pomba quando nasce a aurora, Deixa, minh’alma, a tua fantasia Subir, cantando, pelo espaço a fora… Deixa-a sumir-se além, rompendo gazas, Subindo em busca de ideais queridos: Há de trazer nas pequeninas asas Todo o perfume dos meus dias idos! Há de trazer … Continue lendo Ano Bom
Bohemias
por Auta de Souza* A Rosa Monteiro Quando me vires chorar, Que sou infeliz não creias; Eu choro porque no Mar Nem sempre cantam sereias. Choro porque, no Infinito, As estrelas luminosas Choram o orvalho bendito, Que faz desabrochar as rosas. Do lábio o consolo santo É o riso que vem cantando... O riso do … Continue lendo Bohemias
À alma de minha mãe
por Auta de Souza* Partiu-se o fio branco e delicado Dos sonhos de minh’alma desditosa... E as contas do rosário assim quebrado Caíram como folhas de uma rosa. Debalde eu as procuro lacrimosa, Estas doces relíquias do Passado, Para guardá-las na urna perfumosa, Do meu seio no cofre imaculado. Ai! se eu ao menos uma … Continue lendo À alma de minha mãe
A minha avó
por Auta de Souza* Minh’alma vai cantar, alma sagrada! Raio de sol dos meus primeiros dias... Gota de luz nas regiões sombrias De minha vida triste e amargurada. Minh’alma vai cantar, velhinha amada! Rio onde correm minhas alegrias... Anjo bendito que me refugias Nas tuas asas contra a sina irada! Minh’alma vai cantar... Transforma o … Continue lendo A minha avó
Natal
por Auta de Souza* Às Moças da Serra É meia noite ... O sino alvissareiro, Lá da igrejinha branca pendurado, Como n’um sonho místico e fagueiro, Vem relembrar o tempo do passado. Ó velho sino, ó bronze abençoado, Na alegria e na mágoa companheiro! Tu me recordas o sorrir primeiro De menino Jesus imaculado. E … Continue lendo Natal
Renascimento
por Auta de Souza* A Olegária Siqueira Manhã de rosas. Lá no etéreo manto, O sol derrama lúcidos fulgores, E eu vou cantando pela estrada, enquanto Riem crianças e desabrocham flores. Quero viver! Há quanto tempo, quanto! Não venho ouvir na selva os trovadores! Quero sentir este consolo santo De quem, voltando à vida, esquece … Continue lendo Renascimento